quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Palavras de paciência

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Amor e seu tempo
[Carlos Drummond de Andrade]


Amor é privilégio de maduros
Estendidos na mais estreita cama,
Que se torna a mais larga e mais relvosa,
Roçando, em cada poro, o céu do corpo.

É isto, amor: o ganho não previsto,
O prêmio subterrâneo e coruscante,
Leitura de relâmpago cifrado,
Que, decifrado, nada mais existe

Valendo a pena e o preço do terrestre,
Salvo o minuto de ouro no relógio
Minúsculo, vibrando no crepúsculo.

Amor é o que se aprende no limite,
Depois de se arquivar toda a ciência
Herdada, ouvida.
Amor começa tarde.

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Consolo pra quem, hoje em dia, anda dizendo que não sobra tempo pra nada.

Rafa

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