sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Palavras eternas

.
Soneto do amor total
[Vinícius de Moraes]

Amo-te tanto, meu amor, não cante
O humano coração com mais verdade
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente

E de te amar assim muito e a miúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

--

É a versão do poeta pra o já cansado "até que a morte nos separe".

Rafa

Nenhum comentário: